Tendo compreendido o papel prioritário dos memes em todas as formações culturais, e consequentemente na existência dos indivíduos, a memética se revelou incapaz de propor uma alternativa em termos de prática existencial. A capitulação da lógica da memética é resumida nesta frase de Richard Brodie: "Escolhi programar-me com memes que suportam os meus valores existenciais, mais que outros funcionais aos escopos dos vírus" (O vírus da mente). Mas como distinguir "valores" e "vírus"? Qual o critério para reconhecer a funcionalidade? De fato, para que uma ciência do meme não seja também um metameme, é preciso olhar "sob" mais que "sobre", "antes" mais que "além". Não obstante a sua demonstrável prevalência fenomenológica, o meme não pode ser tomado como fator prioritário.
"Em um excelente artigo, Susan Blackmore sintetiza e coordena a visão memética e define a própria escolha: '...nós somos máquinas meméticas criadas só por e para os próprios replicantes: a nossa única verdadeira liberdade provém do não rebelar-se... e nos darmos conta de que não há ninguém a quem se rebelar (Nuova Ontopsicologia, n. 1/2002).
Esta posição se assemelha ao pensamento fatalista, ao niilismo, a um ser para a morte. No final tudo está destinado, tudo está já programado. Esta atitude parece de fato compartilhada pela maioria humana. Às vezes é também uma agradável tentação. Mas eu não posso por quatro motivos: 1) tenho experiência, nos meus sessenta e cinco anos, de ter feito radicais mudanças psicológicas, sociais, ideológicas. E a cada vez sabia que deixava uma zona certa para o desconhecido; 2) conheço ações e prazeres que me evidenciam o fruto da autonomia e a consciência de ver também os estereótipos ou memes que escolho e uso, segundo as circunstâncias; 3) se também esta minha certeza fosse estratégia mêmica, isto é, eu sou um meme que abre novos programas, escolho a constância da minha iniciativa privada. E se também o Em Si ôntico fosse o programador geral, visto os resultados que produz, não há nada de melhor no mundo; 4) toda vez que entrei na lógica de um meme a longo percurso, o analisei em outras pessoas, constatei que era um mecanismo com a sua coação a repetir e que sem uma produção original extra o meme não tem nenhuma autonomia" (Antonio Meneghetti).
Um livro que dá a possibilidade de uma original leitura do nosso tempo e para o futuro.
208 Páginas: 21cm
2ª Edição
Capa: Obra Città a Sera de Antonio eneghetti, mist 70x100, 2005
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